quinta-feira, dezembro 15

Uma história de sobrevivência

cap IV - 7 de setembro
(primeiros capitulos nos posts anteriores)

Acordei sem conseguir mexer um único músculo do meu corpo.Todos eles estavam doendo muito do esforço, mas pelo menos eu estava viva, e melhor: há algumas horas da civilização. Entrei no carro com o meu amigo e iniciamos nossa viagem. A certa altura na estrada, quando parecia que nada mais poderia dar errado, o carro quebrou. E eu pedia desesperada aos meus anjinhos que fosse só uma alucinação causada pelos dias de privação que passei, mas foi em vão... Celular naquela época era apenas um sonho distante e não havia nenhum telefone por perto na maldita estrada. Ficamos não sei quanto tempo tentando parar alguem para nos ajudar, até que parou um cara com.... sei lá que lixo de carro era aquele... e demos toda nossa grana para ele nos rebocar para a cidade mais próxima. Depois de 1 milhão de horas, desejando mais do que tudo no mundo conseguir terminar esse inferno de viagem, encontramos a cidadezinha, cujo nome simplesmente apagou da minha memória para sempre, mas única oficina mecânica estava fechada porque era 7 de setembro. Nessa altura, eu já acreditava em forças ocultas e malígnas que haviam por algum motivo obscuro se abatido sobre nós. Fomos até a rodoviária e conseguimos comprar 2 passagens pra São Paulo, para as 7 da noite, com a única folha de cheque. Cartão de banco, nem pensar. O dinheiro havia ficado com o cara do reboque e sobrou um tíquete que deu pra comermos 2 queijos quentes, durante o dia inteiro. Pegamos o ônibus e chegamos em São Paulo na rodoviária do Tietê às 11 horas da noite. Como nada nessa viagem poderia ser resolvido assim tão simplesmente, não tinha sobrado nenhum dinheiro para o metro e o ônibus pra casa. Então, ficamos pedindo um passe na rodoviária e voltamos sentados lado a lado, mudos, exaustos, putos da vida, incrédulos. O carro do Martin ficou na cidade e ele mandou trazer depois. Nunca mais fui com ele a lugar nenhum. Fiquei sabendo que aquele dia ele quando chegou finalmente em casa estava sem a chave e teve que andar ainda alguns kilômetros para a casa da irmã.

3 comentários:

Anônimo disse...

rsrsrs...pedir dinheiro para chegar em casa foi o melhor!!! Faltou pedir uma benção antes de sair de casa, não faltou não? rsrs...
Ótima história...Beijos Clau!

Anônimo disse...

Querida Clau.. sei que vc gosta disso. Imagino o seu humor... resolvendo coisas. Pelo menos vc não abandonou a mochila e alguém pensou que fosse uma bomda. Vc deveria contar isso... Beijos

Anônimo disse...

A Tita tem razão...Essa é ótima...hahahaha...
Meu blog tá funcionando sim, tenta de novo...
Beijos