segunda-feira, dezembro 12

Uma história de sobrevivência

(em 4 capítulos)

Essa é a história de um feriado de 7 de setembro há 15 anos atrás. Um amigo me convidou para irmos "fazer cavernas" em Apiaí, Minas Gerais. Fiz as malas e entrei no carro sem ter a menor idéia do que estava indo fazer.

cap I - 4 de setembro

Chegamos a noite em um lugar no meio do mato. Lugar quer dizer: quatro paredes, uma porta, um colchão no chão e um banheiro externo cheio de bichos com chuveiro gelado. E o pior é que esse moquifo no final dessa história vai parecer bem confortável. Ainda naquela noite os meninos resolveram fazer uma caverna. Fazer caverna quer dizer atravessa-la de um lado a outro. Coloquei uma bermuda (idéia incrivelmente brilhante pra quem vai andar no mato a noite), uma camiseta, aquele capacete com foguinho e saímos. Andamos durante alguns minutos, com a sensação de bichos subindo pela minha perna e chegamos a um buraco no meio do mato. Pulamos dentro do buraco e caímos na caverna. A caverna era um corredor comprido de uns 2 metros de altura, 2 de largura, com água na altura do peito. A escuridão lá dentro era completa e enquanto andávamos a água ia batendo nas paredes fazendo um barulho delicioso naquele silêncio da noite e a luz do capacete iluminava o teto laranja, a uns 30 cm das nossas cabeças e era ao mesmo tempo refletida pela água. Seria uma das experiências mais maravilhosas da minha vida se não fosse pelo fato horrível de estar mergulhada numa água escura imaginando todo tipo de bicho nadando lá conosco. Saímos do outro lado no meio do mato, com nossas roupas totalmente encharcadas para uma noite de sono no moquifo. Continua....

Um comentário:

Anônimo disse...

Clau, são essas coisa que fazem a vida da gente mais legal... Eu posso te contar do mês que passei no Rio Amazonas dentro de um barco com mosquitos por todos os lados... alguns tenho certeza eram alienígenas disfarçados... Chegar em Moreré, 12 dias numa vã atravesssando o sertão da Bahia... bom tudo isso eh divertido. Beijos e saudes.