Em um dia de inverno

Em um dia de inverno como este ha alguns anos atras eu resolvi fazer uma boa acao. Peguei um monte de roupa e meias, gorros e sapatos que estavam meio sem uso no meu armario e resolvi fazer uma doacao. Mas queria alguem que precisasse muito, que nao tivesse nada. Um daqueles mendigos que dormem em caixa de papelao. Separei todas as roupas, coloquei no meu carro e sai a procura. Mas eh sempre assim: sempre quando voce leva comida do carro nao aparece ninguem com fome pedindo, quando voce tem brinquedo nao tem nenhuma crianca na rua e quando tem racao parece que todos os cachorros abandonados arranjaram lares felizes. Bom, fiquei rodando uns 20 minutos, num dia sem transito ate que encontrei. O homem estava, por incrivel que pareca, sentado dentro de uma caixa de papelao, como eu havia imagino encontrar, numa calcada da avenida Vereador Jose Diniz. Desci toda contente do carro, com as maos cheias de roupas e levei pra ele. Falei que estava doando as roupas e que ele repassasse o que nao fosse ficar. Ele nao falou nenhuma palavra e eu virei as costas e sai em direcao ao carro. De repente o homem levanta e atira todas as roupas no meio da avenida. Eu me virei pra ver se ele me olhava, ou dava alguma explicacao, mas ele soh voltou quieto pra sua caixa. Eu, magoadissima e sob os olhares curiosos das pessoas que passavam, sai catando todas as roupas no meio da rua. Parei num farol e dei todas elas para a primeira pessoa que apareceu. Aprendi: Nao se pode ajudar quem nao quer ser ajudado.

Blog vergonhosamente abandonado

Oi pessoas amadas, essa semana está tudo uma zona. Mudaram meus horários, mudou meu local de trabalho, meus dias, minha condução, meu horário de almoço, meus coleguinhas e não consegui parar pra escrever no blog. Juro que me esforçarei ao máximo para escrever um post fantástico para amanhã. Love you all.

Noite das avos

Sabado, tres e doze da manha. Acabei de voltar da casa da Fe. Se eu morresse agora e um anjo me peguntasse: oi que mais gostou de fazer quando estava vivo? - baladinhas na casa da Fe estah entre as 10 mais, eu diria. Fondue de queijo, varias tacas de vinho tinto e vinho do porto. Falamos sobre o Mick Jagger, sobre escaladas, PCC, relacionamentos, sonhos, motos, sobre a primeira transa e ate sobre avos. Meu avo era gaucho e o pai dele nao deixava ele casar com minha avo que era "menina criada no Rio de Janeiro". Casaram, logico e tiveram 4 filhos: Carlos Alberto, Pedro Paulo, Maria Lucia e Sebastiao Fernando. O Avo do Felipe deu um tiro na avo dele por ciumes. A Avo da Fe escrevia poesias e dos avos da Beta nao lembro. Well, have to sleep....sweet dreams... bye.......

Sobre pijamas

No filme Cidade dos Anjos o anjo Nicolas Cage pergunta a uma menina que acabou de morrer o que ela mais gostava quando ela estava viva. - Pijamas, ela responde. - É uma espécie de uniforme para a tranquilidade, diz uma matéria da revista Vida Simples. Eu tenho alguns pijamas, mas uso para ficar em casa antes de dormir, para entrar no clima. Para dormir mesmo, não consigo, é muito pano enroscando em tudo. Pra dormir tem que ser uma camiseta de preferência justinha, mas não apertada, bem levinha, e calcinha de algodão, tudo muito confortável. Como sou muito friorenta, os primeiros minutos na cama gelada não são muito agradáveis, mas durante a noite a sensação da pele direto no lençol sem nada pra atrapalhar é uma delícia. Fiz uma pequena enquete com minhas amigas: A Tita dorme assim também, de calcinha e camiseta, a Ju dorme nua, com ou sem acompanhante e a Cris de camisola, igual a Luiza e a Ghe. A Fe adora pijamas e acha que é genético, porque e mãe dela adora dar pijamas de presente e a Fá além de pijamas adora dormir de meias. Uma coisa é certa: pijama, aqui usado para definir o que quer que seja que você usa pra dormir, é uma coisa super íntima. As únicas pessoas que a gente vê de pijamas, são pessoas íntimas, aquelas com quem você toma o café da manhã, que você dá o último beijo de boa noite. Você pode até transar com alguém, mas se nunca viu de pijama, é que não é íntimo o suficiente.

Bom diiiiaaaaaaaaa!!!!!!!

São sete horas da manhã. Acordo com um som estridente e ensurdecedor de um milhão de criancas gritando descontroladamente todas juntas, ao mesmo tempo. Moro num quarteirão cheio de prédios altos, um ao lado do outro e no meio deles, lá perdida, uma escola. Sete horas da manhã, deve ser o horário da entrada e de vez em quando não sei porque, dá um acesso de loucura coletiva e elas comecam a gritar com toda a potência e volume. Por causa do monte de prédios, o mesmo som bate em cada um deles e se propaga cada vez em uma direcão diferente e entra ao mesmo tempo por todas as janelas do apartamento, quer dizer acordei com um milhao de criancas enlouquecidas gritando ao mesmo tempo em todas as janelas de casa. Nada contra criancas, de verdade, mas poderiam gritar mais baixo e só depois das 9 horas da manhã e preferencia só no verão que é mais fácil de sair da cama e só naqueles dias em que você teve um excelente noite de sono e está acordando super disposta e de ótimo humor. Pode ser?

Aconteceu em Londres

Noticia do UOL - Uma carta postada no correio de Londres em Marco de 1950, chegou ha poucos dias no seu destino, a cidade de Cambridge. Na carta, uma mulher chamada Gwen, marca um encontro com George Green (a quem a carta deveria ter sido entregue, ha 56 anos), para o final de semana seguinte.

Algumas ideias do que pode ter acontecido nesse meio tempo:

- George ficou meio mal sem noticias da amada Gwen, e decidiu que a fila anda. Resolveu ir pra uma balada sozinho em Londres, dar uns beijos na boca. Quando a Gwen chegou na mesma balada (haviam poucos lugares para se divertir em Londres naquela epoca) e viu George com outra, imaginou que por isso, ele nao havia respondido a carta.George casou, Gwen casou e compraram casas vizinhas aonde seus filhos brincavam juntos no jardim. Ou...

- A Gwen esperou durante a semana inteira ansiosa, pela resposta confirmando o encontro daquele fim de semana. A resposta nunca veio e Gwen desiludida casou com um velho amigo de seu pai. O sexo morno e por obrigacao lhe trouxe alguns filhos e uma vida entediante. Ou...

- A Gwen nao era mulher de ficar parada esperando acontecer. Nao conseguia acreditar que aquele mocinho nao havia correspondido aos seus encantos, enquanto seu olhar tinha dito a ela exatamente o oposto. Largou seus afazeres domesticos, sua aula de piano, e o cha das 5 com suas tias e pegou um trem para encontra-lo em sua casa e fazer pessoalmente o convite. George ficou surpreso mas muito feliz. Casaram-se e viveram felizes para sempre.

guerra urbana

- Alo Alo marciano, aqui quem fala eh da Terra, pra variar estamos em guerra.
Clima tenso na cidade de Sao Paulo hoje. Comércio, escolas, universidades e empresas decidiram dispensar seus funcionários e alunos mais cedo nesta segunda-feira, temendo uma escalada da onda de violência que, já deixou ao menos 81 mortos, entre policiais, criminosos e cidadãos comuns. Ao menos 13 bancos foram atacadas, e dezenas de ônibus incendiados. Minha irma ligou pra saber onde eu estava e me falar pra eu vir pra casa. Meu marido ligou pra saber onde eu tava e me falar pra sair das ruas. Nao me surpreende . Estamos caminhando para isso faz tempo, devagar e sempre. Governo irresponsavel, congresso cheio de ladrao, ma administracao da verba publica, muito poder nas maos de traficantes, falta de perspectiva para os jovens das classes mais baixas. Onde isso tudo poderia dar? Acharam mesmo que estavamos caminhando na direcao certa?

Donos do mundo

Hoje a Tita falou uma coisa no blog dela (www.visoesembaralhadas.zip.net) que é a mais pura verdade - para se conhecer realmente uma pessoa, dê a ela poder e dê liberdade para ela usá-lo. Poder tem que vir sempre acompanhado de consciência, senão, pessoas se transformarão em monstros. Não eu, claro, que sou um amor de pessoa... rsrs... voltando, depois do ataque de modéstia.... a consciência é a única coisa que segura uma pessoa se ela tiver o poder de fazer o que quiser. Já imaginou se você tivesse o poder de fazer desaparecer uma pessoa? Você sumiria com o Lula? O Pimenta Neves? O Bush? A namorada do homem que você quer? seu chefe? (só não gaste com o Garotinho que ele tá fazendo isso sozinho). Você faria o dia amanhecer mais tarde se você estivesse com muito sono, enquanto pessoas que acordaram cedo esperam com frio e sono no ponto de ônibus? Você atrasaria um vôo, com todo mundo esperando dentro para poder pegar o avião? Se você pudesse fazer qualquer uma dessas coisas sem que ninguém ficasse sabendo que foi você, mas trouxesse consequências negativas pra outras pessoas, você faria? Eu sinceramente acho que já teria desaparecido com algumas pessoas.

Dias melhores virao

Meus dias agora (e espero que por pouco tempo) se dividem entre
dia-de-agencia e dia-de-nao-agencia. Ontem foi nao-agencia:

Manha - peguei meus e-mails - tentaram me vender tenis, alguem que me ama e quer minha senha do banco) me mandou um cartao, mais uma vez insistem que tenho que aumentar meu penis, entrar num jogo de poker online e comprar remedio mais barato. Proposta de trabalho, que eh bom, nada.
Fucei no meu orkut, no dos outros, peguei recadinhos no blog e continuei a estudar o Dreamweaver. Jah estou na pagina 77.

Tarde- Fui ate a padaria comer um sanduiche, terminei de ler o livro SHE, peguei uns filmes na block buster, passei no banco, no supermercado e voltei pra casa. Mesmo com tanto tempo livre nao consegui organizar um assunto para escrever no blog. Estudei mais um pouco, falei com algumas pessoas no msn. ODEIO ficar a tarde em casa!

Noite- jantei exageradamente 4 pedacos de pizza Hut brasileira (digo em minha defesa que era de massa fina e eu estava com frio), 3 copos de agua de coco (industrializada, logico) e compulsivamente, 3 pacotinhos de PEZ.
Assisti um filme lindo - Tara Road - que fala sobre a capacidade e forca de duas mulheres para mudar as suas vidas depois de uma tragedia. Ponto alto do meu dia.
Conclusao - recebi falsas declaracoes de amor, nenhuma proposta de trabalho, estou mais gorda, menos saudavel e de TPM.

Esquisitisses

Eu tomo banho com dois sabonetes diferentes ao mesmo tempo, eu às vezes ando de olhos fechados pela rua, eu acordo de madrugada para olhar a cidade pela janela, eu tenho que dobrar e dar um nó em todo plastiquinho que encontro, eu tenho mania com números, eu assisto todos os filmes que gosto mais de uma vez, às vezes umas sete vezes, eu sei decór todas as músicas do filme Noviça Rebelde, eu inventei um sobrenome com 14 nomes diferentes com minha irmã, eu adoro copiar assinatura dos outros, eu tenho que espalhar a manteiga uniformemente em toda a superfície da torrada, eu detesto a combinação de azul, vermelho e amarelo.

SAAAI DA FRENTEEEE!!!!

Eu detesto gente lerda. É horrivel falar assim, mas é verdade. Dá vontade de empurrar, de sacudir, de gritar com elas. Eu detesto gente lerda, particularmente na fila do caixa do supermercado. Deveria ter caixas especias para essas pessoas: caixa preferencial para pessoas lerdas, pessoas que nao tem mais o que fazer da vida e pessoas que vem no supermercado para passear e conversar com a mocinha do caixa.

Eu detesto também gente que pára em fila dupla e atrapalha o trânsito. Não importa que tipo de carro que você tem. Você não é dono da rua, seu tempo não é mais importante que o tempo dos outros e um dia eu vou tomar coragem e bater com toda força o meu carro na bunda do seu! Vou gastar uma grana pra arrumar mas vou voltar pra casa feliz.

Post em um dia de fúria.

Em um dia como este

Em um dia como este eu jah estive

no quintal de casa, brincando com minhas irmas
numa praia em Ubatuba, sentada de frente para o mar.
em Veneza dando beijo na boca.
numa rua do Campo Belo subindo nas arvores
num bar da Vila Madalena tomando cerveja
em amsterdam, embora nao me lembre
em Campo do Jordao almocando com meu pai
em fortaleza andando a cavalo na praia
no aviao olhando pela janelinha
fechada num escritorio trabalhando sem parar
andando de moto em Arraial do Cabo
passeando a pe pela avenida paulista
num boteco jogando truco
numa rede olhando o ceu
em Paris, tomando sol no meio da praca
em Fort Worth almocando com minha irma
vendo o por do sol no pontal do Atalaia

Eu adoro dias como este.

A vida que acaba

Estou lendo um livro que chama "O Ano do Pensamento Magico" - lindo nome. Ele foi escrito pela escritora americana Joan Didion apos a morte repentina de seu marido, durante o jantar, enquanto sua filha estava na UTI de um hospital com choque septico. No livro ela descreve com paixao e disseca com uma precisao cirurgica todos os pensamentos e sentimentos que passamos quando morre alguem que amamos. Sabemos como nos comportar entao nossas atitudes sao de pessoas lucidas equilibradas e que estao aceitando por completo aquela perda, mas nos sentimo como se estivessemos em uma bolha. Nada que eh falado conseguimos ouvir claramente, as coisas perdem um pouco do contorno, um pouco da cor, alguns minutos duram segundos e outros duram horas. Mas do que ela fala mesmo, eh daquele pensamento magico que temos mas ninguem percebe, de que um dia aquela pessoa pode voltar. Mesmo cremado o corpo, mesmo autorizada a autopsia, secretamente acreditamos.